1º de maio: a história do Dia do Trabalhador

O 1º de maio, conhecido mundialmente como Dia do Trabalhador, é uma data marcada por lutas, conquistas e homenagens à classe trabalhadora. Mais do que um feriado, o dia carrega uma trajetória de mobilização e resistência iniciada no século XIX, que mudou para sempre a relação entre capital e trabalho.

A história do Dia do Trabalhador começa nos Estados Unidos, em 1º de maio de 1886, quando cerca de 340 mil trabalhadores de Chicago e outras cidades cruzaram os braços em uma greve geral. O principal objetivo era a redução da jornada de trabalho, que podia ultrapassar 16 horas diárias, para um limite de oito horas. O movimento ganhou força e culminou em violentos confrontos, especialmente no episódio conhecido como "Massacre de Haymarket". Uma explosão de bomba durante uma manifestação levou à repressão policial, resultando em mortos, feridos e líderes operários condenados à morte, mesmo sem provas diretas.

A tragédia de Haymarket tornou-se símbolo da luta por direitos trabalhistas e, em 1889, a Segunda Internacional Socialista oficializou o 1º de maio como um dia internacional de luta e homenagem aos trabalhadores.

A data ganhou força internacionalmente após a França, em 1919, transformar o 1º de maio em feriado nacional ao adotar a jornada de oito horas diárias. A União Soviética seguiu o exemplo, e a celebração se espalhou por diversos países, tornando-se um marco das reivindicações e conquistas trabalhistas.

O 1º de maio no Brasil

No Brasil, o 1º de maio começou a ser celebrado por trabalhadores ainda no início do século XX, especialmente em cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre. A data foi oficializada como feriado nacional em 1924, durante o governo de Artur Bernardes, consolidando-se como símbolo da luta operária.

Com o governo de Getúlio Vargas, o Dia do Trabalhador ganhou novos contornos. Vargas utilizou a data para anunciar avanços e benefícios trabalhistas, como a criação do salário mínimo (1940) e a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. O 1º de maio, assim, passou a ser também uma data de celebração das conquistas sociais e de aproximação entre o Estado e os trabalhadores.

Hoje, o Dia do Trabalhador é celebrado em mais de 80 países, com manifestações, eventos culturais e reivindicações por melhores condições de trabalho, salários justos e respeito aos direitos conquistados. No Brasil, além das festas e homenagens, a data segue sendo um momento de reflexão e mobilização, lembrando que as conquistas do passado foram fruto de muita luta e que a defesa dos direitos trabalhistas permanece atual e necessária.

O 1º de maio, portanto, é mais do que um feriado: é um símbolo da força coletiva dos trabalhadores e da importância de manter viva a luta por dignidade, justiça social e melhores condições de vida para todos.